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quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Resident Evil 5 – Retribuição


Os mesmos deleites visuais do quarto filme, só que mais legais.



A uma década atrás, os fãs da franquia de games Resident Evilentravam em polvorosa. Afinal, uma das mais conhecidas e adoradas séries de games de terror iam ganhar as telas do cinema em uma adaptação. “Resident Evil – O Hóspede Maldito” veio, não foi bem recebido pelos fãs por trazer uma protagonista própria para o filme, mas fez sucesso. Depois de mais três continuações e quase 700 milhões em bilheteria pelo mundo, chega à vez do quinto filme, “Resident Evil 5 – Retribuição” ser lançado. A franquia ainda tem folego para mais essa continuação?
A trama começa no exato momento em que o quarto filme, “Resident Evil – Recomeço”, termina. Alice e  os irmãos Redfield em um barco chamado Arcadia e Jill Valentine, controlada, chega com um exército para aniquilar todos ali. Depois de alguns acontecimentos, Alice acorda aprisionada e descobre que terá que lutar contra hordas e mais hordas de zumbis se quiser sobreviver mais um dia. Paralelamente, uma equipe de resgate, liderada por Leon, entra no lugar para resgatar a moça.
O roteiro, escrito mais uma vez por Paul W.S. Anderson (não confundam com Paul Thomas Anderson), como já dito, começa do ponto em que o anterior termina e, a partir daí, vai se desenrolando. Em um primeiro confuso, mas que logo se dissipa, esse é o longa da saga que mais mistura elementos de gêneros diversos. Começa com ação, corta para um terror simples, mas que funciona, volta para uma ação que se segue em boa parte do filme e vai mesclando com momentos de ficção cientifica. Essa mistura funciona bem para o filme, que não dá momento algum para o espectador descansar, inserindo uma sequência de ação mais insana que a anterior em looping. Os momentos de ficção cientifica não são sensacionais, mas criam toda uma atmosfera interessante de assistir e consegue deixar aberta as portas para uma (óbvia) sexta parte.
Mas o que tem de ação nesse filme não tem de desenvolvimento dos personagens. Não espere saber quem é a Jill, a Red Queen, Leon, Barret ou Ada Wong. Caso você tenha visto os primeiros filmes, talvez entenda melhor que são as duas primeiras. Mas todo novo personagem é inserido, fala, faz as ações que tem que fazer, mas é só. W.S. Anderson deve ter uma lista dos personagens que existem no universo dos games, junto com suas respectivas fotos e apenas vai escalando atores parecidos e jogando eles no universo do filme, sem explicar, sem dar nenhuma real importância a eles. Deturpa as personalidades deles em prol de colocar e falar “Ó lá, o X tá lá!”.
Mas o que falta desse aprofundamento dos personagens, sobra na ação. Muito bem pensada e executada, todas as cenas de ação beiram o impossível legal. É tão artificial que parece um grande game para se ver. Mas aqui essas sequências de tiroteios, fuga de tudo quanto é tipo de zumbi empolgam. As lutas são bem coreografadas, há slown-motion em diversos momentos para enaltecer o (muito bem usado e que não dá dor de cabeça) 3D. É tão pensando como um jogo que tem direito até várias áreas distintas que envolvem diferentes tipos de perigo.
O elenco principal continua o mesmo. Milla Jovovich, cada vez mais a vontade na condição de heroína da humanidade, segue distribuindo chutes e balas, enquanto faz cara de dor coberta só dos pedaços de papel branco que ela tanto gosta de usar. Sienna Guillory, outrora uma Jill carismática e com presença em tela, fica relegada a usar uma roupa extremamente justa para expor seus seios e proferir frases de efeito e sem sentido algum. A que mais tem destaque e proporciona as melhores cenas, uma vez que ela tem mais de uma personagem em cena (vocês entenderão o porque quando verem), criando contraste entre eles é Michelle Rodriguez.

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