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domingo, 21 de outubro de 2012

Especial 007 - Ian Fleming, o James Bond da vida real

Criatura  e   criador...

Espião condecorado, arma central da inteligência britânica, além de muito inteligente e extremamente charmoso, tendo feito um imenso sucesso com as mulheres. Essas são características que são atribuídas, geralmente, a James Bond, o espião mais famoso da ficção ocidental. O que pouca gente sabe é que essas mesmas características são aplicáveis a seu criador, o ex-agente da inteligência britânica, escritor e jornalista Ian Fleming.


Ian Lancaster Fleming nasceu em 1908, em uma família abastada. Vivendo com conforto (e alguma ostentação eventual), nem mesmo seus netos iriam se preocupar com dinheiro graças a seu avô. Segundo de quatro irmãos, não teve sobre si as altas expectativas, que ficaram nas costas do seu irmão Peter, o deixando livre para dispensar seu charme e erudição ao primeiro rabo de saia que aparecesse por ali.

Ainda assim, resolveu seguir os passos do pai herói da Primeira Grande Guerra, talvez motivado por dever patriótico, e se alistou no exército britânico durante a Segunda. Flemmng logo foi chamado para um destacamento especial de inteligência, a 30 Assault Unit.

Ali nascia James Bond.

Depois de terminada a guerra e tendo recebido todas as condecorações possíveis, Fleming decidiu que queria ser escritor. Mas se voltou para o jornalismo, como atividade diária, com uma condição, combinada com o seu editor: os dois primeiros meses do ano seriam de férias, tempo que pretendia se dedicar a escrever romances. Comprou uma propriedade na Jamaica, ilha pela qual havia se apaixonado em uma missão na época da guerra, e construiu uma casa, que batizou de Goldeneye, em referência ao nome de outra missão.



Todo ano, em janeiro e fevereiro, ele levava uma nova namorada (ou noiva, ou amante) para a Jamaica e tentava escrever. Nos primeiros cinco anos, pouca coisa foi produzida. Mas depois disso ele finalmente conseguiu escrever e publicar “Cassino Royale”, a primeira aventura de James Bond. A recepção foi morna, mas à medida que os livros foram sendo publicados em sequência, “Viva e Deixe Viver”, “Diamantes São Eternos”, “Dr. No” e assim por diante, o seu personagem, em muito baseado em si mesmo e nas suas experiências, foi ganhando mais e mais fama, até a consagração com o primeiro grande filme: “007 Contra o Satânico Dr. No”, estrelado por um jovem e charmoso Sean Connery.

Até agora, foram 23 filmes oficiais, uma série de jogos e até desenhos animados, além de inúmeras paródias, inspirações e derivados. Sua família segue publicando outros livros com outras aventuras de Bond (tem um novo, “Carte Blanche”, que já está para sair). Isso fora como a figura icônica – do espião charmoso e mulherengo, mas também muito habilidoso, que está sempre por cima de toda situação – está profundamente entranhada na cultura pop.

Já no final de sua vida, Fleming teria dito que seu único arrependimento seria ter “sempre fumado e bebido e amado demais”. Um perfeito Bond da vida real.

Este artigo, primeiro de uma série de especiais publicados pelo Portal POP sobre James Bond por conta da estreia no dia 26 de outubro de “007 - Operação Skyfall”, usou como referência a página da WikiPédia sobre Ian Fleming, o relato do jornalista e aficcionado pelo espião Dagomit Marquezi sobre o autor, além do artigo do site Cracked “5 Authors More Badass Than The Badass Character They Created”.

Luiz Gustavo Vilela

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